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The paper boat

The paper boat

02
Fev23

O que é afinal uma discussão?

Catarina

Gritamos argumentos, defendemos pontos de vista, fazemos finca-pé; Resvalamos até ao insulto, à crítica, aonde sabemos que vai doer se pusermos o dedo. A discussão traz ao de cima aquilo que temos guardado lá no fundo; aquilo que normalmente tentamos calar, ainda que grite no nosso pensamento, naquele lugar para onde mandamos as coisas que sabemos como certas mas as quais não queremos admitir e que portanto escolhemos ignorar.

Quando há amor, quando há paixão, até onde vai a discussão? Magoamos na mesma apesar dos sentimentos. Magoamos e magoam-nos. Acelera a respiração, treme uma pálpebra dos nervos, os músculos retesam. A certa altura já pensamos em como dar a volta, em como chegar ao momento em que fazemos as pazes e colocamos todas as palavras atrás das costas.

A discussão desgasta, e não é pouco. Física e mentalmente. O cérebro trabalha a mil para encontrar os nossos argumentos, fazer com que façam sentido, atirá-los ao ar naquela velocidade certa que impede que sejam rebatidos um a um… aquela velocidade que nos diz que ganhámos a discussão.

E no fim, mesmo quando "ganhamos", qual é o prémio? Um vazio enorme.

01
Fev23

Cartas que não se escrevem

Catarina

O que mais me assusta é a facilidade com que vais embora. Mesmo sabendo que fui eu a indicar o caminho, assusta-me que saias assim tão facilmente, sem lutar, sem uma palavra, uma que eu queira recordar; Na verdade as que recordo preferia esquecer, não são palavras bonitas.

Penso num futuro em que não sejamos dois mas sim três, mais... e nessa altura pergunto-me, sairás da mesma forma? Rápido? Fácil?

Sabes, eu sou uma lutadora. Eu insisto e insisto e tento; Faço e refaço; Digo e repito se for preciso, ajusto a mira, a direcção e sigo. Caio e levanto-me. Tu sabes, já me ajudaste a levantar. Mas quando olho para ti não vejo o que tenho em mim! Porquê? Diz-me que estou errada, mostra-me que também tu vais a luta, que não desistes facilmente.

31
Jan23

Sábado ao sol

Catarina

Tantas pessoas vivem tantas histórias bonitas que acabam. Porque acreditara que a sua ia durar para sempre? Para si era uma história bonita mas aos olhos dos outros, até dos mais próximos, não seria assim tanto. Acreditava que os outros não veriam na sua história nenhum traço especial e, certamente, haveria quem se perguntasse como durava há tanto tempo… Só podia ser amor, não? O que mais faria duas pessoas ficarem juntas por mais de uma década?

A preguiça? O comodismo? O medo? Talvez um desses ou um misto de vários… 

Deixou o sol queimar a bochecha esquerda enquanto o ar frio cortava a da direita. O mar seria sempre azul, aí estava uma certeza. Outras não tinha. 

Ainda há uns minutos atrás lágrimas teimosas saltavam par fora e agora nada. Agora que se tinha predisposto a chorar, que tinha encontrado o local onde até fazia sentido fazê-lo as lágrimas secavam. Nada saía. Respirava deixando o ar frio entrar, nem por isso sentindo frio, o sol estava finalmente a atingir o lado direito também!

A sensação de limbo em que estava foi cortada por um barulhinho metálico que entrou pelo seu ouvido a dentro…. Obrigou-se a olhar para trás a tempo de ver pai e filho de bicicleta no passeio do outro lado da estrada. E, de repente, levou a chapada de realidade que por vezes esquecia… os planos traçados nem sempre serão cumpridos.

30
Jan23

The paperboat sailed away

Catarina

As a child I learned how to make a paperboat.... since then I never stop doing it. I did it with the old subway tickets, I do it with the receipts, with the groceries list....basically with any piece of paper left around.

The paperboat is always ready for a trip, and so am I. 

Now it is sailing away in a blog format. Why? Because I felt the need to extract the tingling in my fingers, hands, arms....the nervous tingling of writing. In my mind I write a lot... thoughts, desires, outbursts of the day. For many many years I kept diaries, for my real life, and notebooks for the plots I invented. No one ever read those. I decided to put myself out now with this blog, a kind of writing challenge, and also an introspection exercise. It's not that I'm expecting this to be read by anyone, but if someone does, it can't hurt right?

PS: I also write in portuguese but for some unexplained reason I love writing in English...it feels rather easy and natural, and I like how it sounds in my mind.

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